Estagnado. Acredito que essa seja a denominação de como estou. Estranho pensar que deveria ter sido assim desde sempre, eu teria poupado tanto trabalho... Muitas coisas aconteceram, muitas tentativas, muitas investidas, muitos quases. E nada mudou. Muitos que já haviam trilhado durante tanto tempo me diziam: sua busca é infundada. Eu não os ouvi, eu precisava de algo para buscar. Sim, me arrependo. Eu sempre ficava pensando que aquelas pessoas que pediam para eu parar de me iludir eram as exceções, e que na verdade a maioria conseguia o tão sonhado desejo. Hoje eu vejo que na verdade o que ocorre é justamente o oposto. O que explica completamente a noção de que a estagnação e desistência deveria ter sido aceita a muito tempo atrás. Eu tentei mudar o mundo para conseguir o que queria, quando na verdade eu não conseguia nem mesmo mudar a mim mesmo para enxergar o que não podia fazer. Eu desisti. É realmente doloroso pensar na continuação quando não se tem para onde ir, talvez esse tenha sido o maior fator pra nunca me deixar parar de buscá-lo. Felizmente vejo outras pessoas sentadas, como eu. Obviamente também há aqueles que estão no auge de seu vigor, correndo feito loucos na busca pelo tão sonhado desejo. Tenho pena. Uma pena eu não saber de quem eu mais tenho pena, se deles ou de mim. No fim das contas eles também serão como eu, então tanto faz. As pessoas se olham, meio desesperadas, pelo menos as que sentaram a pouco tempo, como eu. Elas ainda não estão acreditando no que estão fazendo. Infelizmente eu já havia analisado todas as possibilidades antes mesmo de parar de andar... quando eu me sentei, já sabia que era o melhor a ser feito. Acredito que existe uma ligação muito forte entre pessoas que sofrem do mesmo problema, o que pode ser constatado pela forma como os que estão sentados se tratam, de forma carinhosa. Uns estão tentando fechar a ferida dos outros. É uma relação bonita, não é fantasiosa como o tão sonhado desejo, é... humano e sincero. Um garoto senta ao meu lado, seus olhos quase em prantos. Eu o abracei, era o certo a se fazer. Enquanto eu buscava o tão sonhado desejo, eu não reparava muito nas pessoas, mas agora que estou sentado, posso me concentrar nelas, inclusive no garoto que acabara de sentar. Ele me abraçou de volta, inicialmente meio com força, devido à intensidade de seus sentimentos, mas depois foi se acalmando. Sequei as lágrimas em seus olhos, e foi aí que nossos olhos se encontraram, um choque entre desespero da parte dele e completa apatia de minha parte.
Gostaria muito de continuar a minha história, mas infelizmente há coisas que me impedem. A primeira delas é que é arriscado continuar, e a segunda, é que o brilho em seus olhos me lembrou uma coisa muito importante... os continentes se movem.

Um céu cinza
Uma gota
Duas gotas
Duas lágrimas

A voz que outrora fora um grito
Agora arde com o silêncio
Apenas um som é ouvido
O som das gotas

E gota após gota cai por terra
Uma súplica, um olhar e... duas gotas
Que imortalizam estes dois rios
Os quais interligam o todo a ti

E de que adianta
fazer a mais bela cachoeira?
Quando na verdade
ela é seu grito sufocado

De repente sinto repulsa
Repudio o belo e cristalino
E a súplica vira minha
Não supliques mais...

Seria lindo... se não fosse trágico
Seria amor... se não fosse dor
Seria alegria... se não fosse chuva
Eu morreria...

Para fazer esta chuva parar.

Sinto frio

Pela primeira vez eu gosto da sensação
Tanto tempo procurando calor
E esquecer que o fogo queima...

Sinto a dor da queimadura
Dói mais que o frio
Talvez fosse melhor nunca ter conhecido o fogo
Talvez fosse melhor nunca ter te conhecido

Não consigo te odiar
Por mais que eu tente, não posso
Coloco as boas coisas à frente das ruins
Como sou fácil de iludir...

Por favor, saia de perto de mim...
Lembre-se, você é como fogo
E eu me aproximei demais
E agora sofro pelo meu pecado.

Mas fogo, você me aqueceu
E lhe sou grato por isso
Sei o que é estar aquecido

Mas a dor que me proporcionaste
Cega o que você me trouxe de bom
Desculpe-me, mas preciso que você saia.

Voa como o vento, que toca, que amansa, que vive, que sonha, que ri, que chora, que sente e que morre, e venta. E venta sem saber porque venta... porque assim como o fogo que nao sabe porque queima mas queima, e a água que molha, e eu, que não sei porque amar mas amo... e como amo... porque amar não é só dizer eu te amo, mas sim sentir na alma aquele fogo intenso que te derruba e te entorpece quando você sente o ser amado... e mais que isso, amar é não saber de nada e proteger, é voar sem ter asas, é sorrir num dia de chuva, é respirar, porque o amor existe... e por isso amo.

Prefácio

Marcelo é um espadachim de fogo e seu sonho está muito próximo de se tornar realidade.
Ângelo é um mago de gelo com uma vida prestes a mudar.
Miro é um guerreiro de fogo com sérios problemas com seu rival.
Glaucos é um arqueiro de vento galanteador e de vida fácil.
Cada um deles tem um segredo, os quais estão prestes a serem revelados.

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