Acordei no dia seguinte bem melhor, o tempo extra de sono me fez bem. Notei que a magia negra tinha voltado, não sabia se ficava feliz ou triste. No final das contas eu fiquei feliz. Tomei meu banho, escovei os dentes e resolvi buscar o café da manhã na cozinha, antes que viessem trazer para o quarto. Peguei os três cartões de estudante e fui. Quando voltei o Glaucos estava no banheiro e o Miro estava dormindo ainda. Deixei a comida encima da mesa e fui acordá-lo. Sentei na cama dele e disse:
-Bom dia.
Ele abriu os olhos e deu um sorriso torto.
-Já está mais disposto Ângelo?
Um sorriso malicioso cruzou seu rosto.
-Depende...
Ele me puxou pra perto dele e me cobriu com o cobertor.
-Se você está me chamando para dormir, eu tenho disposição para isso com certeza.
Ele riu e me beijou no rosto.
-Te amo sabia? - ele disse.
Ah, ele era tão fofo.
-Acho que eu sabia.
Comecei a rir. Ele me abraçou e disse:
-Bobo.
Como era bom estar com ele...
-Eu sei, é o que todos dizem.
Ele arqueou a sobrancelha.
-Ah é? Então eu sou só mais um?
Não me aguentei, comecei a gargalhar.
-Claro que você não é só mais um.
Eu o beijei na bochecha.
-Sei, sei.
Ele ficava tão bonitinho quando estava bravo. Mas só quando estava um pouco bravo, muito bravo ele me dava medo.
-Você devia ficar feliz, eu nunca deitei na cama de outra pessoa que não fosse a minha, ainda mais quando o dono da cama ainda estava nela.
Consegui arrancar um sorriso em seu rosto. Ele começou a acariciar meu cabelo.
-E você devia ficar feliz porque você é a primeira e última pessoa que eu gosto de verdade.
Meu rosto ficou vermelho, que coisa mais fofa!
-Aaahhhh, que lindo.
Eu apertei a bochecha dele, ele ficou vermelho.
-Eba, te deixar vermelho é legal, dá uma sensação de vingança que você não tem idéia do quão é boa.
Ele me encarou por alguns segundos, rindo.
-Nem ligo, é fácil te deixar vermelho.
Ele segurou a minha mão e colocou-a na bermuda dele, pude sentir a coxa dele.
-Hum, ok, não precisa apelar.
Tirei minha mão de lá, com o rosto mais vermelho que o dele e me levantei.
-Você não ficou chateado né?
Não era essa a impressão que eu quis passar, mas avaliando melhor, parecia.
-Não, é só que não quero que o Glaucos saia do banheiro e me veja na sua cama, embaixo do cobertor com você.
E também porque eu tinha medo de não ter tanto controle quanto deveria, mas isso não precisava ser citado.
-Bem, - eu continuei. - vou arrumar as roupas para levar para a lavanderia.
-Ok, quando o Glaucos sair do banheiro você me avisa.
Comecei a juntar as roupas sujas e colocá-las numa sacola, quando eu estava quase terminando o Glaucos saiu do banheiro. Fui até a cama do Miro e comecei a deslizar o dedo pela sua coluna. Ele se arrepiou e acordou meio assustado.
-O Glaucos saiu do banheiro. – eu disse com o rosto mais angelical que consegui fazer na hora.
-E foi assim que você resolveu me avisar?
Eu não conseguia decifrar se ele estava bravo, constrangido ou se tinha gostado. Bem, melhor prevenir do que remediar.
-Ok, lembrarei de não fazer de novo. – eu disse sorrindo.
-Você pode fazer de novo...
Seu rosto ficou meio vermelho. Ok, ele só não gostava de ser pego de surpresa.
-Bom dia pra vocês também. - o Glaucos disse.
-Bom diaaa Glaucos.
Fui até ele e o abracei.
-Pronto, agora você não precisa ficar enciumado. – eu disse sorridente.
Ele pareceu meio confuso.
-Mas eu não tava enciumado.
Eu o larguei.
-Feliz? Agora não estou te abraçando mais, já que você não estava enciumado.
Ele levantou a mão e começou a falar, mas depois ficou quieto.
-Ângelo, eu to confuso, quero minha mãe.
Ele disse aquilo com muita cara de coitadinho, eu e o Miro rimos muito.
-Eu vou tomar banho. - disse o Miro.
-Eu vou tomar café. - eu disse.
-Também vou tomar café. - o Glaucos disse.
-Mas... – começou o Miro. - se vocês tomarem café agora, eu vou tomar café sozinho depois.
Eu e o Glaucos nos entreolhamos.
-Sim, e daí? Eu não gosto de você. – o Glaucos disse, com cara de desdém.
O Glaucos foi tão convincente que o Miro quase começou a chorar.
-Brincadeira Miro, você sabe que eu te amo.
O quê?! Lancei um olhar de ódio a ele.
-Como amigo, Ângelo, não vou roubar ele de você.
Eu não era inseguro, só... hum... ok, eu era inseguro.
-Eu te espero pra tomar café. – disse o Glaucos para o Miro.
-Eu também vou esperar, enquanto isso fico nas árvores.
O Glaucos começou a rir descontroladamente.
-Isso mesmo Ângelo, vai lá dar uma de rei da mata.
Meu rosto ficou muito vermelho.
-Glaucos!
Eles riram demais, o Miro quase caiu no chão de rir.
-Ahhh, seus nojentos.
Quando sai pela janela ainda pude ouvi-los rindo. Eu não estava nervoso, mas fiquei bem envergonhado com o comentário, porque seria mais simples se eu pudesse tirar energia do ar. Fiz uma promessa a mim mesmo: eu aprenderia a fazer isso.
Voltei para o quarto assim que vi o Miro lá dentro, ele e o Glaucos estavam sentados à mesa. Assim que entrei o Glaucos disse:
-Ângelo, matou alguma coisa pra comermos?
Podíamos dizer que se olhar matasse, então sim, eu teria matado algo para comer. Ele.
-Não, mas se você estiver se voluntariando...
O Miro começou a rir. Eu também sentei.
-Ângelo revoltado, - disse o Glaucos. - num pode nem brincar com ele.
-Eu não estou bravo. – minha voz disse o extremo oposto.
Peguei um pão e coloquei queijo nele.
-Mesmo?
Mesmo? Não sei, acho que eu estava, mas... sei lá, não estava com raiva deles, estava com raiva de mim mesmo.
-Eu quero aprender a retirar energia do ar, e o fato de eu não saber isso me incomoda.
Eles se entreolharam brevemente.
-Entendi. – disse o Glaucos.
Tomamos o café da manhã e fomos para a academia, passando na lavanderia para deixarmos nossas roupas sujas lá. Na aula da manhã o professor estava dando teoria do vento, mostrando que apesar de ele não ser uma investida tão poderosa quanto o relâmpago ou fogo, ainda assim podia ser uma arma letal se bem usado. Para minha felicidade ele nos ensinou as duas coisas que eu queria aprender: como tirar energia do ar e como mandar mensagens de vento. Era complicado tirar energia do ar, porque o foco tinha que ser muito vago, mas depois de um tempo eu peguei o jeito, já as mensagens de vento demorou um pouco mais. Contudo, no fim do dia eu havia aprendido ambos.
Assim como em quase todos os dias dessa semana eu esperei os outros saírem da arena e fui até o professor.
-Vamos para a sala, tenho muitas novidades para você. – ele disse sorrindo.
Quando estávamos quase na sala um espadachim de cabelos vermelhos interceptou o professor.
-Érebo, aquilo que você me pediu.
Ele entregou uma pequena caixa metálica para o professor
-Ah, que maravilha, muito obrigado, deu certo?
Viva, vamos deixar o Ângelo às escuras, ele não está curioso.
-Devo admitir que foi muito difícil, mas está perfeito, eu nunca tinha feito algo assim.
O professor ficou muito feliz com a notícia.
-Excelente... muito obrigado Arges.
-Não há de que. – ele respondeu sorridente, apertando a mão do professor.
Entramos na sala e ele colocou a caixa encima da mesa dele, eu sentei numa cadeira que ficava de frente para a mesa.
-Ângelo, você se lembra porque estava fazendo os trabalhos para mim?
Explicações, até que enfim!
-Porque você ia me dar o metal para fazer o orbe.
A diferença de humores da sala era gritante. Eu estava estressado porque estava curioso e ele parecia muito excitado com toda a coisa misteriosa.
-Exatamente, porém, eu menti em uma coisa, quando eu te prometi o metal, eu não o tinha.
-Ah...
Que legal da parte dele...
-Eu sabia que aquela pedra não podia ser combinada com um metal comum, então nós fizemos um metal que se adéqua a ela.
Nós o quê?!
-Desculpe, não entendi. – eu disse, um tanto quanto perplexo.
-Nós fizemos o metal Ângelo, durante todos esses dias.
Então era isso, o feitiço na pedra negra. Finalmente as coisas começaram a fazer sentido...
-Mas... – eu comecei. - aquilo não era um metal, era uma pedra.
-Só a cobertura. – ele disse animado. - Era prata coberta com rochas negras vulcânicas. Se fizéssemos o encantamento direto na prata ela emitiria uma luz que nos cegaria. Nós fizemos o feitiço da lua para transformar prata em um metal muito raro, chamado luna.
-Hum...
Eu nunca tinha ouvido falar desse metal.
-E para a minha felicidade o encantamento foi um sucesso.
Se depois de tudo aquilo tivesse dado errado...
-Ontem mesmo eu entreguei a luna e a pedra dos sonhos para o Arges, e ele acaba de me dar o seu orbe.
Ele tirou da caixa um orbe prateado com a forma de um sol coberto, em parte, por uma lua crescente. A parte da lua era um pouco mais fosca enquanto que a parte do sol brilhava vividamente. E entre o sol e a lua, no centro do orbe estava a pedra dos sonhos. Eu fiquei maravilhado com aquilo.
-Uau...
Não havia palavra para aquilo, era... lindo!
-É realmente muito bonito, você sabe o que significa?
O eclipse...
-O eclipse solar, a mais poderosa arma de um mago negro.
Segundo os livros quando há um eclipse solar o poder dos usuários da luz é drenado porque seu regente natural “morre”, enquanto que os usuários de magia negra recebem esse poder, ficando ainda mais poderosos.
-Vamos lá Ângelo, coloque-o, você mereceu.
Eu me aproximei dele e peguei o orbe, quando eu o toquei a parte da lua ficou brilhante e a parte do sol ficou fosca.
-O que...?
-Ele responde ao contato, - o professor respondeu rapidamente. - como eu sou um mago branco ele deu forças ao sol, mas agora que está em suas mãos, as forças estão na lua.
Era impressionante! Eu nunca tinha visto um orbe que fizesse isso!
-Isso é muito legal!
Tirei meu orbe da mão direita e coloquei o novo. No exato momento eu senti a diferença, os sentimentos do professor estavam bem mais claros, dava para sentir os rastros de magia negra no ar da sala, apesar de o Caronte já ter deixadoo a sala a algum tempo.
-Eu não tenho palavras para dizer... isso é fantástico.
Eu estava maravilhado com aquilo, mas o Érebo pareceu estar desconfortável com alguma coisa.
-Tenho mais uma notícia, mas fico receoso em dá-la.
Bem, era bom demais para ser verdade, tinha que ter algo ruim...
-Pode falar.
Ele ficou meio pensativo, mas começou a falar:
-Seu orbe pode guardar sua magia negra por você.
Meu coração quase parou, isso era... impossível, não... não podia ser..
-Ele pode o que?!
Eu não sabia se estava feliz. Ok, eu estava, mas eu sentia muito medo também. Eu sempre vi a magia negra como um fardo, um grande e penoso fardo, e agora ele me diz que existe um jeito de eu me livrar daquilo.
-Bem, - ele continuou. - em vez de você restringir sua magia negra dentro de si, você pode fazer com que o orbe faça isso. Tente, queira que o orbe guarde a magia negra.
Eu não estava acreditando, mas pedi para o orbe guardar minha magia negra, em pensamento. No mesmo instante me senti livre, meu cabelo estava totalmente azul, eu não sentia aqueles puxões dentro de mim e a pedra dos sonhos ficou roxa.
-Ângelo, eu sei que você está muito feliz por... “se livrar” da magia negra, mas não quero que você faça isso.
Eu olhei para ele, incrédulo. Ele fazia ideia do que estava me pedindo?
-Por quê?
Eu não consegui dizer mais do que isso. Pensar em tudo que a magia negra já tinha me causado, o tempo que eu preferi ficar sozinho a machucar os outros, o preconceito que eu sofri, o ataque que recebi da Penumbra... tanta coisa ruim que eu podia simplesmente tirar da minha vida agora, e ele queria que eu deixasse?!
-Primeiro porque o orbe só manterá sua magia com ele enquanto vocês estiverem conectados e segundo porque agora você é um mago negro muito mais forte do que pode imaginar.
Eu avaliei o que ele havia me dito, isso não era nem de longe um argumento bom o suficiente, estávamos falando de anos de solidão!
-Você tem certeza de que o melhor é eu usar a magia negra?
Pensar na magia negra como minha forma de ataque também era problemático. Ela usava o que havia de mais sombrio e oculto nas pessoas, ela vasculhava suas fraquezas e as usava contra o oponente. Às vezes eu via isso como sendo injusto, eu podia dominar o medo e a morte. Duas coisas muito complicadas de se lidar.
-Se você não usasse magia negra, a luna jamais poderia ter sido feita.
Esse era um ponto, eu era uma exceção. Só eu e o Caronte podíamos completar uma gama enorme de magias, por sermos magos negros. Então basicamente eu tinha que escolher entre o meu bem estar e facilitar a vida do resto das pessoas da nação. Meu primeiro pensamento foi simples: eles não gostavam de mim, não tinha porque eu fazer algo por eles. Porém isso não era bem verdade... seria na nação Jolnir, mas aqui? As pessoas me receberam bem, pelo menos a maioria... eu tinha amigos, e eles não se importavam de ficar perto de mim, mesmo que isso machucasse um pouco de vez em quando. Eu não podia culpá-los pelo que me aconteceu, e agora eu estava num novo patamar da minha vida, eu devia agir como tal. Em resumo, eu não ia desistir da magia negra... até porque eu ia me sentir incompleto, apesar dos pesares.
-Entendi o seu ponto de vista, mas ainda tem uma coisa... sobre a luna, porque não fazem mais metais desses? Afinal, o Caronte também poderia fazê-lo.
Apesar de ter sido um pouco difícil o processo... fiquei imaginando que outras coisas eu poderia fazer...
-Porque esse metal só tem efeito com pedras como a dos sonhos, - ele disse, seu rosto suavizando um pouco a preocupação que até agora se encontrava ali. - não se pode usar a luna com diamante ou esmeralda, o metal não aceita.
Eu não entendia muito bem esse tipo de coisa, mas acho que fazia sentido um metal específico não aceitar uma pedra genérica.
-Acho que entendi.
Minha cabeça estava meio atordoada, eu fui submetido a muita coisa ao mesmo tempo agora. Não vou dizer que foi fácil me contentar com a continuação do uso da magia negra, eu sabia o que significava o que eu estava fazendo, mas... era assim que eu era. É como se eu tivesse escolhido não tirar um defeito meu. Não faria sentido tirar, porque eu ficaria incompleto. As pessoas não são só qualidades... na verdade, as verdadeiras relações não se baseiam em gostar das qualidades do próximo, mas conseguir conviver com seus defeitos. Se eu tirasse esse meu defeito, eu não saberia mais o que seria uma relação de verdade, seja de amizade, seja de amor, seja de qualquer coisa... Acho que fiquei pensando muito tempo, porque o Érebo estava me encarando de um jeito meio estranho.
-Você está bem? – ele perguntou um pouco preocupado.
-Acho que sim. Eu vou continuar usando a magia negra, e esse orbe vai me ajudar a controlá-la.
Ele ficou bem mais tranquilo, um sorriso se abriu em seu rosto.
-Fico feliz em saber disso. Só tenha cuidado com isso, quando a magia pedir para ser libertada, não pense duas vezes, ela é a sua arma.
“A magia pedir para ser libertada”... que estranho pensar na magia tendo vontade própria...
-Vou me lembrar disso.
Muitas coisas para lembrar...
-Agora, sobre sua aula especial. Vou te ensinar o que seu orbe pode fazer.
Ele falou sobre as propriedades da luna e da pedra dos sonhos, e sobre quando se combinavam. Também explicou sobre o efeito do orbe durante a noite ser ainda mais forte do que de dia, já que meu regente natural estaria mais presente. Por fim ele exemplificou a força do orbe, pediu para eu fazer um escudo de trevas em volta de mim. Ele me atacou com várias magias de luz, mas a maioria parou no escudo, poucas conseguiram atravessar.
-E que fique bem claro, - ele disse, aparentemente terminando a explicação. - o orbe só funciona bem com magia branca e negra, assim como seu escudo de trevas só inibe ataques mágicos de luz e escuridão.
Essa era a parte meio ruim da coisa, minha magia de gelo não ganhava muito com esse orbe. Mas... um passo de cada vez.
-Entendi professor, obrigado por tudo.
Eu o abracei. Eu estava feliz pela preocupação que ele teve para comigo, e também pelo sacrifício que ele fez... assim como o encantamento me desgastou, também esgotou a ele.
-Só estou fazendo meu trabalho, não precisa me agradecer.
Quem dera todo mundo fizesse o próprio trabalho dessa forma...
-Você faz seu trabalho muito bem, muito obrigado mesmo.
Fui para casa praticamente saltitante, como não havia quase ninguém na rua, provavelmente não tinha problema em eu fazer isso:
-Alaaadoooo!!!
Ganhei minhas asas de gelo e voei até o prédio, cheguei nele muito cansado, mas o importante é que eu voei! E foi muito bom! Dei boa noite para a recepcionista, subi as escadas quase correndo e abri a porta com um sorriso largo no rosto.
-Ângelo, você chegou e... wow, que orbe é esse?! - disse o Glaucos.
O Miro, que estava deitado lendo um livro, veio até mim quando escutou sobre o orbe, olhou para o orbe e disse:
-Essa é a pedra dos sonhos? Ela não era transparente?
Olhei para o orbe, ele parecia meio sinistro agora que a pedra dos sonhos estava roxa.
-Ela é, mas no momento ela está guardando minha magia negra, por isso ela está roxa.
O Glaucos me olhou com muita felicidade no rosto.
-Isso quer dizer que você não precisa mais ficar controlando a magia negra?
Confirmei com a cabeça, com um sorriso no rosto.
-É, o orbe vai fazer isso por mim, não é o máximo?!
Provavelmente eles nunca tinham me visto tão feliz, era muito bom sentir-se livre e sem machucar ninguém.
-Agora você pode vender seu velho orbe e tentar comprar outro melhor. - disse o Glaucos.
Esse era o meu plano. Talvez fosse um pouco difícil, mas eu tinha o sábado todo para isso.
-Sim, o eclipse só funciona bem com magia negra, preciso de algo para a magia gélida. - eu respondi.
Fui até a minha cama e sentei, tentando me programar para o fim de semana.
-Eclipse é o nome desse orbe? - perguntou o Miro.
Eu falei o nome sem pensar, mas era um nome legal.
-É, acabo de inventar. – eu disse rindo.
Deixei meu corpo solto e deitei com os braços estendidos. Era bom ter um pouco de sossego.
-O que ele falou sobre o encantamento? - perguntou o Glaucos.
Eu expliquei para eles o encantamento da lua e tudo que o professor havia dito sobre o orbe.
-Eu disse que era algo poderoso. - disse o Glaucos com cara de “eu sempre tenho a razão mas ninguém me ouve”.
-É...
Eu fui pedir a janta e depois ficamos conversando sobre o final de semana. Eu disse que no sábado pela manhã eu ia tentar vender o orbe e tentar comprar um melhor e de tarde eu veria minha mãe, ainda não havia decidido o que fazer no domingo. O Miro disse que podia ficar o domingo comigo, se eu quisesse. O Glaucos emendou dizendo que ficaria o final de semana todo com a família, porque não aguentava mais nos ver. Nós rimos do comentário. Fui dormir feliz aquele dia e acordei mais feliz ainda por notar que não sonhei com nada.

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Prefácio

Marcelo é um espadachim de fogo e seu sonho está muito próximo de se tornar realidade.
Ângelo é um mago de gelo com uma vida prestes a mudar.
Miro é um guerreiro de fogo com sérios problemas com seu rival.
Glaucos é um arqueiro de vento galanteador e de vida fácil.
Cada um deles tem um segredo, os quais estão prestes a serem revelados.

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