Eu fui um dos últimos a entrar na sala. Mal pude sentar quando o professor pediu para que nós o seguíssemos, o Caronte veio logo atrás de mim.
-Oi de novo.
Suas palavras saíram com mais confiança dessa vez e eu não me lembrava de tê-lo visto no almoço.
-Olá, você sabe para onde estamos indo?
Depois do que aconteceu pela manhã, eu esperava que continuássemos com um pouco mais de calma...
-Provavelmente para treinar.
E lá se vai minha esperança de algo mais calmo.
-Ah...
Novamente a lembrança do Pharos me veio à mente... será que começariam a me atacar no meio da rua?
-Medo do quê?
Eu fiquei assustado com a pergunta, mas logo lembrei que as habilidades dele com magia negra eram realmente boas.
-Só receio, você é muito melhor com magia negra do que eu, não sei ver sentimentos com tanta facilidade.
Olhando para os lados notei que estávamos seguindo o mesmo caminho que hoje de manhã, o que fazia com que a possibilidade de treino fosse bem alta. Olhei para o Crisaor e ele me encarava, como se quisesse me contar algo.
-Você usa dois elementos, eu só uso um. Você não treina a magia negra, e eu sim.
Não era isso que eu esperava que ele falasse, mas talvez eu estivesse imaginando algo.
-É, faz sentido.
Finalmente chegamos àquela porta novamente. Dessa vez eu não via beleza naquela cena, eu tinha medo. Depois daquela experiência as coisas ficaram um pouco mais realistas, eu podia estar correndo perigo. Ou talvez fosse só o efeito paranóico da magia negra surtindo efeito em mim.
Entramos na arena uma vez mais, e como da primeira o professor começou a dar as instruções.
-Agora vamos fazer o básico, só quero ver como vocês se saem. Durante o resto da tarde quero que usem suas técnicas, pode ser como demonstração ou façam duplas para duelos. Se forem duelar, peguem leve com o adversário. Se espalhem pela arena.
Deixei o centro para quem gosta dele e fiquei num canto, do outro lado da arena. Uma coisa engraçada aconteceu, os magos de fogo e relâmpago costumavam ficar no centro, enquanto os de gelo, água e trevas ficavam no canto, os outros se distribuíam.
Achei que fosse melhor eu fazer demonstrações sozinho, apesar de o Caronte estar do meu lado. Fiz o mesmo que na praça, se deu certo aquele dia, poderia dar certo hoje. As pessoas olharam para mim admiradas, até mesmo o mago de gelo, fiquei mais envergonhado do que naquela vez. Tudo era mais fácil quando a magia negra estava livre, eu não me cansava tanto e a magia fluía melhor. Ao meu lado o Caronte havia evocado um demônio com asas de aspecto mal, mas muito engraçado. Ele rodopiava, fazia malabares com bolas de fogo e se fazia de cachorro quando o Caronte pedia. Depois disso ele começou a fazer um tiro ao alvo numa parede usando lanças negras, me juntei a ele. Estávamos usando bastante magia negra, por isso as pessoas se afastaram um pouco, exceto o professor, que se juntou a nós e lançou algumas rajadas de pedra.
-Ângelo, aquilo que você fez com o gelo foi muito belo, acho que ninguém mostra isso aos alunos por aqui.
Apesar de bonito, era inútil, eu aprendi por me divertir fazendo aquilo, então fazia sentido não ser ensinado.
-Ah, não me ensinaram também, eu aprendi sozinho.
Lembrei da minha caverna, das noites de treino sozinho, e dos dias que eu não estava sozinho...
-Interessante, teve mais alguma coisa que você aprendeu sozinho?
A pergunta me tirou do meu pequeno devaneio, e era algo difícil de responder. Eu havia lido livros de magia negra que ensinavam coisas que nunca havia tentado, como o domínio da mente, conjurar uma maldição, controlar sentimentos ou romper laços. Todas essas magias eram muito avançadas e perigosas, portanto nunca tentei usar nenhuma, apesar de eu saber como fazê-las.
-Eu aprendi algumas magias negras, mas nunca tentei usá-las.
A resposta pareceu surpreender o Caronte, talvez ele pensasse que eu nunca usasse a magia negra.
-Se quiser podemos tentar agora. - disse o professor.
Seu olhar era sério, mas de certa forma, paterno, eu não acreditava que ele estava pedindo isso.
-Hum... não todas...
Eu realmente não tinha pressa nenhuma em aprender a amaldiçoar alguém... era uma das piores coisas que a magia negra podia fazer. Uma maldição é como se fosse uma doença, mas da mente. A maldição da tortura, por exemplo, faz a pessoa amaldiçoada ver de tempos em tempos alguma cena de alguém a torturando. Diferentemente de uma magia comum, uma maldição só cessa com a morte do amaldiçoado.
-Ah, com certeza não, não queremos matar ninguém, não é mesmo?
E das piores coisas que eu li, nenhuma era de morte instantânea...
-Eu não aprendi magias de morte.
Só depois notei que ele não estava olhando para mim naquele momento, mas sim para o Caronte, ou talvez tenha sido impressão minha.
-Então, o que você quer treinar? Não demore, tenho que consultar a todos ainda hoje.
Agora eu tinha certeza que ele estava olhando para mim.
-Controle dos sentimentos.
Já que o Caronte sabia, porque eu não poderia saber também?
-Tudo bem, sabe como fazer?
Eu sabia. Era só eu conseguir tocar a aura da pessoa e mudá-la segundo a minha vontade. Apesar de parecer fácil, o livro disse que era bastante complicado...
-Sim, mas em quem?
Apesar de que não deveria ser muito difícil achar um voluntário para ficar feliz.
-Faça em mim, eu vou permitir. - ele disse, abrindo um largo sorriso.
-Hum... tudo bem...
Concentrei-me na aura dele, pelo que me parecia ele estava com um misto de curiosidade com nervosismo, tristeza e ansiedade, seria melhor se ele estivesse feliz, sussurrei:
-Felicidade.
Minhas palavras desencadearam uma névoa invisível que tocou a aura dele e foi modificando-a aos poucos. Depois de alguns segundos ele estava feliz.
-Muito bom, obrigado.
Meu corpo ficou um pouco pesado e eu me cansei bastante.
-Nossa... mas eu só mudei o seu humor...
Minha cabeça começou a latejar um pouco, era a mesma sensação de usar magia de dois elementos, desgastante...
-Este tipo de magia consome muito de você, apesar de parecer inocente, a mudança de um sentimento pode ser fatal. Eu te curaria, mas magia branca só vai te fazer ficar pior.
Fazia sentido... se um casal estivesse brigando, fazer o amor deles voltar à tona resolveria o problema. Assim como se uma declaração de guerra estivesse sendo proposta, irritar as pessoas a fariam aceitar a declaração sem pensar muito sobre.
-Tudo bem, não vou tentar fazer isso com frequência.
A alegria do professor diminuiu bastante, dando lugar à preocupação.
-Você precisa melhorar muito, teria sido muito fácil te impedir de terminar a magia, mas acho que seu colega pode te ajudar com isso.
Caronte olhou para ele e depois para mim.
-Sim, eu posso Ângelo, podemos treinar juntos, se você quiser.
Abri um largo sorriso, isso seria realmente muito bom!
-E acho que o Ângelo pode te ajudar com magia de vento, gelo e... levitação? Era isso que você havia me dito não é?
-Sim, exatamente, posso sim.
O professor passou a mão no cabelo, olhou para o resto da arena e disse:
-Ótimo, então por enquanto quero que façam isso, pelo menos até a sala estar mais bem nivelada, depois aprendemos coisas novas. Vou ver como os outros estão se saindo.
-Tudo bem. - eu respondi.
Durante, acho que, duas horas e meia ele me ensinou como usar a magia negra sem se desgastar tanto, tudo dependia de como você se concentrava no que fazia. Além disso, ele me ensinou a aprimorar a magia do controle dos sentimentos para que o alvo não notasse. No fim das contas consegui deixar metade das pessoas da arena contentes. O professor adivinhou quem havia feito aquilo e sorriu para mim. As duas horas e meia restantes eu o ajudei com magias de levitação simples, mas que ele tinha bastante dificuldade. Para a minha sorte ele não caiu, muito, enquanto tentava flutuar. Quando ele ficava nervoso por não conseguir eu o acalmava, era uma cena divertida.
Apesar de divertido era muito cansativo e eu fiquei feliz quando o sinal soou pela última vez no dia. Despedi-me do Caronte e do professor, guardei a magia negra para mim e fui para a entrada. Sentei no canto da escada e olhei para a cidade. Era linda sob a luz laranja do sol de fim de tarde. Uma pena que foi encoberta por mais de 2 metros de mau humor em forma de gente, também conhecido como Crisaor. Respirei fundo e disse:
-Se você não se importa, eu estava olhando a cidade.
Mais uma vez ele estava com aquele ar de deboche absurdamente irritante, mas dessa vez ele não estava ameaçando ninguém, então...
-É bom que tenha visto bem mago, você não a verá de novo nem tão cedo.
Pronto, agora sim ele ameaçou.
-Você está muito estressado, não seria melhor se você relaxasse? Vamos, Relaxe.
Liberei um pouco da magia negra e uma névoa invisível agarrou a raiva que o circundava, foi difícil, mas depois de um tempo ele cedeu e ficou calmo.
-Se sente melhor?
Um pavor subiu pela espinha dele.
-Eu não fiz nada, - sorri maliciosamente - mas fico feliz que você não esteja mais nervoso. Agora você poderia fazer a gentileza de sair da minha frente? Ainda quero ver a cidade até que meus amigos cheguem.
Ele ficou meio confuso, mas saiu. A magia negra costumava atordoar as pessoas. Aproveitei o momento para sanar uma dúvida.
-Porque você não deixa o Miro em paz?
Minha voz foi séria e o humor dele começou a passar para um orgulho desenfreado.
-Eu só brinco com ele, ele é um fraco.
Aquilo era muito estúpido e me deixou bastante nervoso.
-Uma coisa você vai aprender um dia: nunca se deve subjugar uma pessoa, um dia você se arrependerá do que faz a ele.
A raiva transpassou pela minha voz, e meus punhos se fecharam sem eu ter notado.
-Por quê? Quem vai me ensinar a lição? Você?
A ironia na voz dele me fez perder totalmente a calma, mas eu não ia me descontrolar, não dessa vez.
-Não perderia meu tempo com isso, tenho mais o que fazer.
A raiva que eu havia tirado dele voltou à tona e dessa vez eu a deixaria lá.
-Você é muito atrevido mago.
Quem se importa?
-Talvez eu seja mesmo, mas sou um atrevido que pode fazer você chorar, e isso é algo que você não pode ignorar.
Eu vi o medo em seus olhos, ele sabia disso.
-Posso quebrar suas costelas com apenas uma mão.
Eu sabia que ele não era um oponente fraco, mas aparentemente ele já estava costumado a se sobrepor aos outros. Comigo não seria assim.
-Isso se fosse tivesse coragem e conseguisse chegar perto o suficiente.
Uma veia começou a pulsar no pescoço dele, achei que fosse uma boa indicação do meu belo desempenho em irritá-lo.
-Vocês magos são covardes!
Covarde?! Ele queria brigar com alguém que é uns 30 centímetros menor do que ele e eu que era o covarde?!
-Você, guerreiro, é um ignorante, por desprezar o efeito que seu adversário pode fazer em você, ou talvez eu deva te colocar numa gaiola pequena dessa vez, o que acha?
Ele teve medo, provavelmente se lembrou das paredes indo contra ele.
-É tudo ilusão, não é real!
Finalmente a voz dele perdeu a firmeza.
-E ainda assim você teme.
Vi o Miro e o Ângelo saindo, era hora de ir.
-Bem, gostaria de dizer que foi um prazer conhecê-lo.
Levantei-me e comecei a limpar meu quimono, no lugar aonde eu havia sentado.
-Um dia eu vou pegar você e...
E o quê?!
-Por que não faz isso agora?!
As pessoas olharam para nossa direção, inclusive meus colegas de quarto.
-Um dia, quando você estiver sozinho.
Ok, e eu que era o covarde. Idiota!
-Eu não tenho medo de ficar sozinho, você pode dizer o mesmo?
Fui em direção ao Miro, enfurecido. Ele me olhava como se eu estivesse prestes a ser morto e pela forma como ele começou a correr em meu encontro, eu acreditei com mais fidelidade nisso. Virei e vi uma espada enorme vindo em minha direção, só tive tempo de pensar em uma coisa: pará-lo. É uma pena que ele estava a um segundo de me cortar com uma espada gigantesca. Dei uma cambalhota para o lado, um pouco antes de a espada ser cravada no chão, não que eu tenha saído ileso, ele ainda conseguiu me arranhar no braço. Antes que eu conseguisse me levantar ele forçou as costas da espada contra mim, o que me jogou na parede mais próxima. Uma sombra pairou na minha frente e eu esperava um golpe de misericórdia. Para minha surpresa quando levantei a cabeça vi um guerreiro, mas não era exatamente quem eu esperava, era o Miro, com sua aura flamejante ardendo como eu jamais vira antes, me defendendo. O estranho era que ele não estava lutando com ódio, era um sentimento diferente, mais forte, mais poderoso, ele estava lutando por... amizade... eu acho. Ninguém na arena emanava este sentimento, então eu não podia distinguir bem qual era, mas era o que lhe dava força, força o suficiente para não só duelar ao mesmo nível com o Crisaor como para arrancar a espada da mão dele e jogá-lo no chão com um golpe direto no peito.
Logo depois disso ele veio correndo em minha direção, eu estava pasmo com o quão bom ele era.
-Ângelo, você tá machucado?
Eu ainda estava atordoado com tudo que aconteceu, então demorei um pouco pra responder.
-Hum, não muito.
Ele me atacou pelas costas... Levantei-me, o corte ardeu um pouco, mas nada comparado à raiva. O covarde tinha me atacado pelas costas!
Um sorriso brotou no rosto dele quando ele me viu.
-Te machuquei? Desculpa maguinho.
Ele começou a rir alto, mas não por muito tempo. A magia negra se libertou com toda a fúria.
-Você me atacou pelas costas.
A magia negra emanava o medo, notei alguns alunos tentando tomar distância.
-Ele te atacou pelas costas!!!!!
O ódio pulsava em mim, aquilo foi desleal!
-Você vai pagar por isso.
Minha voz tinha sido baixa e cruel, eu o odiava com todas as minhas forças.
-Faça o que precisa fazer, acabe com a vida dele!
Exatamente isso que eu vou fazer!
-Lança negra!
Uma memória veio à minha mente, aquela lança não ia atravessar um guerreiro, mas sim um espadachim, de cabelos vermelhos com um sorriso no rosto, era essa a magia que havia matado o Marcelo!!!
-Não, pára!
Desviei a lança para o chão. Suor escorreu pelo meu rosto, a voz na minha mente silenciou, toda minha raiva ficou em segundo plano e agora eu estava assustado. Eu ia matar uma pessoa. Eu não era o único que estava assustado, vários estavam. Eu já tinha visto muitas brigas, mas não uma que quase resultasse numa morte, no máximo cortes feios ou queimaduras. O Glaucos e o Miro vieram até mim, o Glaucos colocou as mãos nos meus ombros e me fez caminhar. Estávamos indo para casa.
Ao chegar em casa eu sentei na minha cama. Eu estava confuso, magoado comigo mesmo. Glaucos e Miro sentaram na cama do Glaucos e ficaram de frente para mim.
-Acho que lhes devo uma explicação...
Eles se entreolharam, mas quem respondeu foi o Miro:
-Se você estiver à vontade pra isso, seria o melhor Ângelo. Sinceramente, não sabemos o que fazer.
Aquilo foi como um soco no estômago.
-Eu... eu vou tentar explicar.
Eu estava cabisbaixo, não conseguia encará-los, me sentia uma criança burra que não conseguia nem mesmo amarrar os cadarços.
-Essas coisas que estão acontecendo, nunca me aconteceram antes. Talvez elas tenham começado porque eu usei magia negra perto de outras pessoas, inclusive usei nelas, mas ainda assim não é natural. Eu... estou ouvindo uma voz na minha mente, que não é minha. Tem alguém usando magia negra contra mim.
Eu notei o Glaucos empalidecer um pouco com essa notícia.
-E não é só isso, essa pessoa também está tentando controlar meus sentimentos para fazer coisas ruins. O problema é que eu só conheço um usuário de magia negra e...
Eu não queria continuar, não queria acreditar que o Caronte estivesse fazendo isso, mas era o único que poderia. Eu simplesmente não ia culpá-lo, ele parecia ser tão legal. Talvez eles tivessem entendido meu silêncio.
-Ângelo, - a voz do Miro estava baixa, algo incomum - talvez você precise de ajuda.
-Não... eu não quero. Eu... eu vou me controlar, o começo é sempre mais difícil, isso não vai acontecer de novo.
O Miro suspirou e disse:
-Então tá, confio em você.
Aparentemente o Glaucos não tinha a mesma confiança, mas não disse nada para se opor.
-Desculpem-me, por tudo.
Levantei-me e andei até a janela. Senti o vento soprando, ele tentava me animar, mas hoje ele não conseguiria. Lembrei que eu ainda estava com o uniforme, voltei para minha cama e comecei a tirá-lo. Meus ferimentos eram leves e ardiam um pouco, o uniforme estava um pouco sujo de sangue e isso despertou a atenção do Glaucos.
-Ângelo! Porque você não disse que estava ferido?!
Será que era porque eu ainda estava meio chocado por quase ter matado uma pessoa?!
-Eu tinha outras coisas para pensar.
O Miro veio logo atrás dele. O Glaucos segurou meu braço, o qual tinha um fino corte. E depois olhou para as minhas costas. Quando ele tocou nelas eu senti uma dor muito forte, não consegui suportar. Gritei de dor.
-Ângelo, isso tá roxo!
Uma lista imensa de palavrões me veio à mente.
-Você precisava ter apertado?!!!
O rosto dele ficou um pouco corado, ele notou a idiotice que ele acabara de fazer.
-Vamos precisar de uma compressa gelada e...
Ele me olhou com uma cara muito sínica.
-Eu acho que talvez não precisemos de uma compressa gelada. - eu disse, rindo um pouco.
Concentrei-me um pouco e fiz meu corpo ficar um pouco mais frio do que ele costumava ser, o Glaucos me soltou.
-Eu me recupero rápido, não se preocupem, pelo menos isso eu faço direito.
E como eu não gostava muito de ficar sem algumas partes da roupa, tratei de terminar de tirar o uniforme e colocar outra roupa, novamente sob um olhar... diferente, do Miro. Escolhi uma camisa roxa e uma calça preta. Pude sentir os ferimentos se abrandando, mas ainda doíam um pouco, nada comparado ao que aconteceria se aquela lança atingisse o Crisaor, mas...
Eles pediram algo para comer e após o jantar nós nos deitamos e ficamos conversando. Eu ainda não tinha me acostumado a ver a forma como o Miro ia dormir, mas eu não podia pensar nisso também. Lembrei que ainda havia coisas da minha mala para serem arrumadas, levantei e comecei a fazer isso. Assim que acabei meu armário estava tão bonito, tão organizado. Deitei de novo e olhei para o Miro, meus olhos começaram a se fechar, mas por um momento eu vi aquele sentimento diferente emanando dele, era bom ver que alguém queria ser meu amigo neste lugar. Adormeci.
Sonhei novamente com fogo, mas dessa vez só tinha uma chama, e ela estava coberta por escuridão. De dentro da escuridão uma voz disse:
-Confie em seu coração, por favor, não tire conclusões precipitadas.
Quando acordei o sol começava a brilhar, eu queria entender os sonhos que eu estava tendo. Fiquei sentado na cama pensando sobre isso, mas por mais que eu tentasse não conseguia ver a lógica naquilo. Desisti e fui me arrumar para ir para a academia.

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Prefácio

Marcelo é um espadachim de fogo e seu sonho está muito próximo de se tornar realidade.
Ângelo é um mago de gelo com uma vida prestes a mudar.
Miro é um guerreiro de fogo com sérios problemas com seu rival.
Glaucos é um arqueiro de vento galanteador e de vida fácil.
Cada um deles tem um segredo, os quais estão prestes a serem revelados.

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